quinta-feira, 3 de maio de 2012

O ESCARAVELHO AZUL


                       

                       Há alguns anos atrás , em uma das minhas viagens a São Paulo, um amigo que não está mais entre nós,  o meu cicerone vip, que sempre me levava  a conhecer os lugares interessantes da cidade, me apresentou  o MASP  e  no seu pátio  a famosa feira de antiguidades.  Éramos muito ligados em arte e artesanato e sempre procurávamos lugares , onde houvesse coisas do tipo.  Ficamos horas , olhando aquelas peças antigas e raras e nos deliciando com tanta coisa curiosa.  Eu fiquei  encantada com uma pulseira  egípcia  cheia de escaravelhos azuis e procuramos saber sobre o significado  do besouro , sua importância como amuleto e tudo a respeito.  O meu amigo, diante da minha paixão pela peça , resolveu me dar de presente, o que naturalmente adorei e coloquei  no pulso , usando-a  sempre.
                      Num determinado dia , em meu trabalho, atendi um cliente que era egípcio e ele me  perguntou porque eu estava usando aquela pulseira de escaravelho. Disse-lhe que foi um presente e que a tinha como amuleto de sorte. Ele não comentou mais nada e o assunto morreu ali. No mesmo dia, pouco depois da conversa, um escaravelho se desprendeu  e  caiu no chão. Recolhi o bichinho e como a pulseira era grande, deu para reduzi-la, deixando fora a peça que se desprendeu.  Pensando em um dia colocá-la de volta,  embrulhei num papel de seda e a guardei numa gaveta, esquecendo dela.  Pouco tempo depois, era mês de outubro e eu estava muito cansada e como fazia tempo que não tirava férias , pedi uma semana para passar na praia. Fui com a Leila , que era pequena e a Lia prá São José da Coroa Grande, uma praia linda do litoral sul de Pernambuco.  Um senhor, amigo meu, me emprestou sua casa à beira mar, e nós passamos uns dias nessa praia paradisíaca. Foram dias muito gostosos e inesquecíveis , até porque lá eu perdi a minha preciosa pulseira.  Não me dei conta a princípio e quando percebi a perda, fiquei triste ,mas não tinha o que fazer.
                     O tempo passou e até esqueci  da pulseira e do escaravelho que havia guardado. Um  dia , fui ao Rio , na casa de Vilma e ela me  chamou para  visitar uma  senhora  amiga.    A referida senhora era uma dessas pessoas videntes que olham prá sua cara  e dizem um monte de coisas da sua vida, sem nunca  ter visto você.  Deixei que ela falasse e em dado momento , ela me disse  que eu tinha que  me livrar de um besouro que  estava em uma gaveta de um móvel  da minha casa e que esse  besouro  era do mal e toda noite ele circulava pela casa e estava me prejudicando. Fiquei  atônita porque não tinha a menor idéia do que ela estava falando. Ela insistiu e disse que eu tinha que pegar o besouro e jogar num lugar longe de mim, onde eu nunca passasse por perto.   Achei que a mulher estava viajando, com uma história tão esquisita.  Fomos  embora dalí  e eu muito encucada,  fiquei quieta  porque afinal , era  uma senhora  amiga de Vilma, uma pessoa  em quem ela confiava e acima de qualquer suspeita.
                      Aquilo não me saía da cabeça e eu não parava de pensar no assunto, até que ainda no Rio, me lembrei da tal pulseira de escaravelho e resisti na hipótese de ser o presente que me foi dado por alguém que gostava muito de mim. Não podia ser isso e pedi a Vilma prá ir de novo na casa da sua amiga e falei da pulseira que há muito ,não estava mais comigo. Ela insistiu e disse que o besouro estava na minha casa e que eu precisava me livrar dele. E agora ? O que fazer?  Voltei prá Recife e depois de algum tempo, me lembrei que eu havia guardado um pedacinho da pulseira.  O pior é  que eu  não sabia onde o havia  guardado e pus-me a procurá-lo  desesperadamente e  fiz o que  ela mandou.
                     Não  entendendo  o   porque de tudo  isso, passei  a  pesquisar a respeito e na realidade, nada tinha a ver com o escaravelho  e sim com a energia  que estava  na pulseira que tinha pertencido a outra pessoa e sabe Deus o que continha nela.  Fiquei muito impressionada com isso e passei a ter o maior cuidado com os objetos que  pertenceram a  alguém que não conheço.  Aprendi que somos energia pura e  impregnamos  essa energia em tudo que tocamos. Se a energia não for boa, do bem , podemos  até adoecer  ou ter outro tipo de problema.  Quem é afeiçoado a objetos antigos que foram de alguém desconhecido, precisa antes  de tê-los perto,  neutralizar a energia neles contida, simplesmente fazendo uma prece e se for o caso lavar com bastante água.  A prece  e a água tem o  poder de  limpar qualquer energia  negativa  que esteja  contida nos objetos.
                       Este é um “ Causo”  que aconteceu comigo  e  confirma  que  há muita coisa que foge ao nosso pobre entendimento !!!!

Graça, maio/2012

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